Pedro Marques

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Coragem PSD!

Os tempos que aí vêm no PSD exigem coragem, determinação e clarividência.
Vai ser necessário arrumar a casa, colar os cacos, mandar para o lixo o que se considerar irrecuperável e olhar em frente.
O PSD tem de, rapidamente, procurar vias seguras para se reconciliar com os portugueses.
Volto a insistir num ponto. Por melhor que seja o candidato a líder e o líder que aí vier, por mais condições que tenha para, pela sua própria capacidade, conseguir construir mensagens em torno de causas e ideais, por melhor orador que seja e mais mediática imagem que lhe consigam criar, não vamos a lado nenhum se, a seu lado, continuarem os senhores do costume.
Há novos quadros no PSD, com grande qualidade, uns mais velhos do que a minha geração, outros mais novos, outros ainda dentro da minha geração.
É tempo de renovar, refrescar, fazer o corte evidente com a corte. Diria mesmo que o PSD precisa de viver um "golpe de Estado" interno. Precisa de regressar à matriz dos valores, de rever o seu Programa, de se recentrar no espectro político-ideológico.
Renovar e refrescar não significa transportar a JSD para dentro do PSD. Não! A JSD não é um poço de virtudes. Forma talentos, é certo, mas também está eivada de vícios e truques que foram lá deixados por alguns dos actuais cortesãos seniores do PSD. Mas tem virtuosidades, tem generosidade, tem sonho e utopia, tem ideais puros os seus militantes são geralmente altruístas, empreendedores, dedicados e facilmente manipuláveis. Esse é um ponto negativo.
Por isso, o futuro do PSD passa por novos dirigentes e novos quadros, os quais não têm, forçosamente, de ser novos em idade. Tem de existir equilíbrio, coexistência, vontade de somar e multiplicar, ao invés de subtrair e dividir.
Mas de uma coisa tenho a certeza: é preciso ter coragem e determinação para rompermos com o passado. E de tudo fazermos para evitar que ao lado do novo Rei, seja ele qual for, surjam os cortesãos de sempre. E, atrás deles, os maus hábitos de sempre.
Estou a arriscar muito. Já sei que virão aí represálias.
Não tenho medo!