Pedro Marques

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Visitas

O (ainda) Presidente da Câmara Municipal de Abrantes resolveu promover uma visita às obras do concelho. Tudo bem, nada a dizer, porque se trata de um acto de gestão normal e corrente de quem quer promover e valorizar aquilo que fez. À falta de melhor, uma visita é sempre benvinda.
Visitou a cidade e as freguesias mais urbanas. Nada mostrou de Fontes, Souto, Carvalhal, Aldeia do Mato, Martinchel, Rio de Moinhos, Mouriscas, S. Miguel do Rio Torto, Bemposta, S. facundo, Vale das Mós, Concavada ou Alvega. Nicles!
Visitou pela centésima vez o Aquapólis (zona norte) e as oportunidades de negócio que diz existirem. Nesse acto, ele e a sua comitiva devem ter sido os únicos cidadãos a circular por aquele espaço, normalmente deserto, pelo modo como foi concebido.
Visitou pela bi-centésima vez o Tecnopolo e as poucas empresas em fase de instalação no Parque Industrial. Não vai ser pelo estímulo à actividade económica que este Presidente de Câmara nos vai deixar saudades.
Enfim, à falta de coisa nova fala-se do vazio realizado. Vazio no sentido da atractividade que os investimentos revestem para o público, empresas e particulares, investidores e turistas, visitantes e moradores.
Pudera! O que importa é esbanjar, nem que seja num campo de Basebol. E depois é fácil pedir 1.500 euros pela venda de um coval no cemitério. Sim! 300 contos, aprovados com o apoio do PS na Câmara e na Assembleia (excepto o Presidente da Junta de S. João) e com o apoio da CDU. Só o PSD se manifestou contra na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal. É uma ofensa a todos os que fazem o culto dos seus familiares falecidos. Sim, aqueles cujos pais, irmãos, filhos e demais família se encontram sepultados em Abrantes. Porque há quem os tenha longe daqui, nas suas terras de origem e, por isso, não precisam de pagar cá. Mas não se coibem de pedir aos de cá!
Mas o mais engraçado foi terem misturado nas obras promovidas pela autarquia a empresa Silicália. Não me recordo de encontrar nas contas da CMA nenhuma participação social na empresa localizada no Pego e de fabrico de aglomerados de pedra. Não está em causa a natureza e o volume do investimento.
Estão em causa duas coisas:
Primeiro, trata-se de um investimento privado e não promovido pela autarquia abrantina.
Segundo, é o único que podem mostrar. É isso, a confissão do fracasso da política de desenvolvimento económico desta maioria impossibilita-os de poderem mostrar mais.
Uma nota final para a visita a Tramagal: tinha ficado com a impressão que o compromisso do PS com Tramagal falava em passeios até ao Crucifixo. Afinal, não!, são apenas e só em Tramagal e até ao limite do cruzamento para o cemitério. A ser assim, estaremos em presença de uma quebra de compromisso eleitoral assumodo perante mais de 4 mil concidadãos. O que dirão estes? Que a maioria está servida. Pois é, é sempre esse o eterno problema do PS. Governa com o pensamento do resultado eleitoral seguinte, satisfaz a maioria dos votos mas não se importa de sacrificar as minorias que, sendo minorias e menos afortunadas em recursos, serão cada vez mais marginalizadas e esquecidas.
Realidades...
...das visitas!