António Colaço
Obrigado, António!
Foste rápido, conciso e razoavelmente explícito. Para princípio de discussão, é óptimo.
Também te fica bem defender a "tua dama" (nos tempos que correm é preciso, além de aspas, explicar que não se pretende insinuar nada sobre a vida de ninguém).
Há, porém, uma questão que talvez não estejas a compreender. Já lá iremos...
É verdade que tu és um dedicado empreendedor e um homem que "sabe o que custa a vida". E, talvez por isso, abominas a soberba e o olhar que entendes sobranceiro dos teus adversários.
Como eu te compreendo e como estamos, aí, em perfeita sintonia.
É claro que os eleitores são quem decide e a quem compete a tarefa de decidir qual ou quais os projectos alternativos que seleccionam, através do voto. Não há quem se possa arvorar de ser detentor de verdades absolutas. Há, isso sim, convicções e causas e o modo como as transmitimos e geramos nos outros o sinal de sermos capazes de as levar à prática é que conta. Abominas, por isso, também todos os que acham que são únicos detentores da verdade e se tornam arrogantes. Não acredito que recorras a sofismas e, por isso, aceito a veracidade genuína do que afirmas. De resto, não acredito que possa existir a "verdade toda" e, muito menos, a verdade a qualquer preço. É uma busca incessante, sabendo nós que o ponto de chegada é, muito provavelmente, o infinito.
Como eu te compreendo e como estamos, aí, novamente em perfeita sintonia.
Não conheço pessoalmente o "teu" candidato e até acredito que possa estar com o melhor dos ensejos e as mais virtuosas intenções. Não me cabe a mim decidir. O meu pulsar está, naturalmente, toldado pelo conhecimento pessoal que tenho do José Saldanha Rocha, o meu amigo Mané. Que admiro e de quem gosto, apesar de ter - como todos temos e ainda bem que tem! - defeitos. Mas sei que é empenhado, competente, diligente e que diz aquilo que tem de ser dito, mesmo que cause engulhos às estruturas dirigentes do PSD no distrito e no país. Tenho com ele uma divergência sobre a A23 mas isso não me afasta, no geral, das posições que ambos comungamos sobre a vida e sobre o que queremos, cada um, para o nosso concelho e para as pessoas que queremos servir.
Mas, finalmente, vamos ao pormenor que penso não estejas a compreender bem. É que o Saldanha Rocha não tem que entrar em debate contigo. Tem que debater com o candidato do PS, quando ele surgir e quando esse debate for necessário.
De resto, creio ser eu o único dos candidatos até aqui assumidos por qualquer força partidária da nossa região (Abrantes, Sardoal, Mação, Constância, Vila de Rei, Gavião e mais alguns) a ter um blog actualizado diariamente (ou quase) com reflexões, com debate, com esforço de entendimento do mundo que nos envolve, seguramente formatado pelas concepções (os preconceitos) doutrinárias que adoptei e com as quais me identifico mas sempre procurando fazer reflexão, crítica e auto-crítica.
Não vês o meu adversário socialista de Abrantes a debater comigo. Nem tão-pouco sei quem é e desconheço se o PS de Abrantes sabe quem será. Isso não me importa agora. Cada um fará o seu trabalho o melhor que conseguir.
Em Mação, o PS já tem candidato. E o José Fernandes Martins (que não conheço pessoalmente - embora tenha estado com ele uma vez nos Paços do Concelho de Mação - mas que me dizem ser bom homem) pode afirmar-se, dia a dia, ou semana a semana, dando-se a conhecer ainda mais e, desse modo, divulgar a visão que tem para o seu concelho: com sustentabilidade ou sem ela, com mais ou menos justiça social, com mais ou menos apoio à actividade empresarial, com mais ou menos enfoque no abastencimento de água, no tratamento dos resíduos, no saneamento, nas actividades culturais, nas acessibilidades, nas energias renováveis, com mais ou menos e-conhecimento, formação, investigação, segurança, saúde ou ensino, entre vários vectores de actuação.
Por fim, uma nota para os dicursos circunstanciais dos presidentes. Tu dizes que o Saldanha faz o discurso de uma oposição ao Governo, sendo do partido que governa o país. E isso é, aparentemente, mau!
Em Abrantes, a julgar pelo último comunicado do PS, faz-se o discurso da colagem à situação, sendo o regime local adversário do partido que governa o país. Em resultado, o PS tenta explorar inexistentes clivagens entre o PSD local e o PSD nacional. E isso é, aparentemente, bom?
Como eu te compreendo e como estamos, aí, mais uma vez em perfeita sintonia.
Embora em campos opostos. Ou como as perspectivas nos podem fazer aproximar ainda que partindo de campos distintos.
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