Pedro Marques

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Assim, não! Directas, já!

Vejo a televisão, oiço as notícias na rádio, leio os jornais.
A corte está a mudar de Rei! A corte já escolheu o Rei.
Aquilo que eu não queria, está a acontecer. Infelizmente.
Acho bom que homens como o Dr. Marques Mendes ou o Dr. Luís Filipe Menzes se candidatem, mas fico desconfiado quando vejo que as primeiras pessoas a seu lado são...
...os do costume.
Livra! Não há quem tenha força para mudar mesmo tudo?
Uma cara nova aqui, uma pessoa descomprometida ali, mas a maioria são os que por ali andam há décadas. Como é que é possível?
Acho que a única forma de mudar tudo é, de facto, partirmos para eleições directas. Concordo com a metodologia proposta pela distrital do Porto. Pode ser que, se a metodologia vingar, sugjam mais candidatos, outsiders, com perfil menos descomprometido com o passado e com os vícios da estrutura. Pode ser...
Faço parte de uma geração que não se deve resignar a ter de escolher sempre "entre os do costume". A minha geração, que está hoje algures entre os 30 e os 40 anos de idade, com algumas pessoas ainda próximas de nós na casa dos 40 e 50 anos de idade, com as quais nos identificamos, não deve aceitar este processo de mudança inquinado à partida, porque são basicamente os mesmos interesses e os mesmos movimentos que estão já a aglutinar-se em torno das candidaturas, particularmente a do Dr. Marques Mendes, por sinal uma pessoa que muito admiro e por quem nutro especial simpatia. É um homem bom, esclarecido, competente, capaz, frontal.
Contudo, a minha geração será co-responsável se permitir que o próximo Congresso se venha a transformar na entronização de mais um líder, previamente anunciado, a quem estendem a passadeira vermelha apenas com o pensamento na manutenção das mordomias de Estado a que alguns se habituaram, como se estar na política se pudesse confundir com qualquer outra carreira profissional, com vínculo ao quadro permanente de pessoal e tudo.
Não pode ser.
Mas, que diabo?, no PSD não há quem seja capaz de fazer o seu percurso de modo individualizado, aglutinando, de facto, novos nomes, novos perfis, novas pessoas, com curriculum, com carreira, com experiência concreta de vida? Alguns dos que se posicionaram rapidamente, de modo até atabalhoado, ao lado de Marques Mendes ontem, têm tudo isso mas confesso que fiquei confuso com o "aggiornamento" que ontem aconteceu num hotel de Lisboa. Deixou-me desconfiado, é só isso.
Por exemplo, como é que podem ter feito parte integrante de um projecto comum com o CDS-PP até há 5 dias (dias, atenção, não são meses ou anos), e agora aplaudirem o rompimento de todos os acordos com o mesmo partido? Na vida não pode haver "espinha bífida". Recordo-me de termos sido poucos os entusiastas da intervenção de Marques Mendes em Congresso. Alguns dos que ontem ali estavam e dos que estarão hoje com Luís Filipe Menezes, estavam no último Congresso mais preocupados em defender os seus interesses pessoais, na altura coporizados por Pedro Santana Lopes e não enjeitaram criticar Marques Mendes pela sua frontalidade.
Vou parar de escrever. Começo a ficar enjoado, à medida que reflicto sobre as pessoas, em geral. Tenho de parar por aqui agora, sob pena de vomitar para cima do teclado.
Não quero nada mais que não seja um PSD forte. E entendo que o PSD não pode ser forte sem uma ruptura face ao passado. Repito mais uma vez: mudar de líder, afastar a corte, uma nova atitude.
Assim, como parece que as coisas se estão a movimentar, não!
Venham de lá as directas e conversaremos...

1 Comments:

  • At 6:51 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Partilho as tuas preocupações. Num texto recente do teu blog, defendias a candidatura de Morais Sarmento, na minha opinião, apesar de ter uma admiração especial por MS, não o vejo com perfil para líder do partido. Eu preferiria alguém como Aguiar Branco (espero que avance). Quanto às directas, como dizes "directas, já!"

     

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